quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Dicas para auxiliar no Desenvolvimento da Fala

Os adultos (pais, cuidadores, avós...) podem fazer muito para estimular o desenvolvimento da fala. A maioria faz isso intuitivamente, mas existem algumas dicas para colocar o conselho em prática. São elas:

•    Transmita as informações de forma clara:
Durante a preparação da refeição, por exemplo, vá explicando as etapas que estão sendo executadas. Frise bem as palavras e associe-as ao significado. Fale pausadamente com bastante expressão e clareza;
•    Evite repetir as palavras como a criança fala:
Não reforce as expressões usadas por ela: diga que está fazendo a comida do “neném”, não o “papá”. Seu filho vai aprender o que estiver ao alcance dele, mas é fundamental que escute a versão correta;
•    Evite usar palavras no diminutivo:
As palavras no diminutivo dificultam a memorização;
•    Elogie os acertos:
Dê reforço positivo quando a criança disser uma palavra nova;
•    Procure saber o que a criança está sentindo:
Sorrisos confortantes são demonstrações de carinho, mostram que ela é querida e incentivam a falar;
•    Aproveite cenas do dia-a-dia para estimular novas palavras:
Ao dizer “A bola caiu, meu amor.”, aos poucos a criança aprende o significado de cada uma dessas palavras;
•    Ensine de forma divertida:
Os jogos infantis são úteis. Mas atenção! A brincadeira tem de ser de qualidade. Mais vale pais ensinando a brincar com uma caixa de fósforos transformada em chocalho, do que uma criança brincando sozinha com um brinquedo comparado numa loja.

Fonte: http://www.clidicom.com.br/

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Importância do Brincar

Kit básico de sobrevivência

É importante entender que a capacidade de brincar não é inata, ela se constrói, nasce, se desenvolve. Isso quer dizer que ela também pode definhar e morrer, se não tiver condições propícias para o desenvolvimento.
A gaúcha Tânia Fortuna, que é pedagoga, explica, fascinada, a importância de brincar para a sobrevivência do homem. "A gente nasce com as condições prévias para brincar. Nascemos com a percepção, a capacidade de imaginar e comunicar. Mas a brincadeira não nasce pronta, ela precisa ser desenvolvida. Ela é como um kit básico de sobrevivência da espécie." Fortuna criou o programa "Quem Quer Brincar?", que ajuda a formar professores que colocam brinquedos e brincadeiras de volta na sala de aula.
O que define a capacidade de brincar?
Para que a gente diga que alguém está brincando, é preciso que exista liberdade de ação, não-literalidade (as coisas podem não ser aquilo que parecem ser), regularidade (ter regras), imprevisibilidade e expressividade. Outra característica é o caráter "separado" do brincar. É como se uma bolha de sabão envolvesse quem está brincando. O tempo é diferente, e o espaço que o sujeito ocupa quando está brincando também. A última característica é a improdutividade. Quem brinca não brinca para produzir nada. Brinca por brincar.

Essa capacidade nasce com o ser humano?

Não. A gente nasce com as condições prévias para brincar. Nascemos com a percepção, a capacidade de imaginar, a capacidade de comunicar. Mas a brincadeira não nasce pronta, ela precisa ser desenvolvida. Ela é como um kit básico de sobrevivência da espécie. E os seres humanos parecem precisar mais dela do que outras espécies.

Por quê?

Porque brincando se aprende aquilo que nós vamos precisar para viver. Os anfíbios e os répteis não brincam, porque já nascem sabendo quase tudo o que necessitam. O bebê humano nasce sabendo muito pouco, precisa aprender o resto. A brincadeira é o meio desse aprendizado nos primeiros anos de vida. É por isso que as espécies são mais brincalhonas na infância.

O que aprendemos ao brincar?

Aprendemos a distinguir o real do não-real. E, ao fazê-lo, aprendemos também a imaginar aquilo que não existe. Quando uma criança amarra um lençol no pescoço e sai "voando", ela é como se fosse uma capa que dá poderes mágicos. Mas a criança sabe que não pode voar. A brincadeira nos faz travar essa fantástica relação com a realidade, sem nos aprisionarmos a ela, procurando superá-la e ajustar o real ao imaginário.

Por que aprender a diferença entre real e não-real é importante para a sobrevivência?

Para distinguir os perigos concretos dos ilusórios e, principalmente, para saber construir o real depois. Quando eu faço de conta no castelinho ou quando finjo que sei voar, estou medindo as minhas possibilidades reais de enfrentar a vida. A brincadeira é um campo de experimentação sem riscos. Posso até dizer coisas ruins, mas o fato de ser brincadeira atenua isso. Mesmo assim eu consigo enfrentar o medo, a raiva e os impulsos destrutivos.

Como nasce a necessidade de brincar na vida de um bebê?

Quando o bebê tem quatro ou cinco meses, acontece uma revolução na sua vida, porque, até então, ele pensa que é a mãe, a grade do berço, a roupa. Na medida em que experimenta o mundo, ele descobre que tem limites corporais, que não é um só com a mãe e as outras coisas. Quando percebe isso, ele "inventa" uma coisa que o vincule ao resto do mundo. Essa coisa é o travesseirinho que ele carrega para cima e para baixo, por exemplo. Esse objeto logo cede lugar a um ursinho de pelúcia ou uma bonequinha. Do ponto de vista da psicanálise, a brincadeira surge nesse momento, para fazer uma ponte entre a percepção de que somos incompletos ao desejo que temos de nos ligar ao mundo. A brincadeira é o que une o que existe ao que não existe, o que nós somos ao que não somos.

O que fazer para desenvolver a capacidade de brincar?

É fundamental ter um espaço para a ação física e mental. Poder agir com a cabeça e com o corpo propicia o desenvolvimento da brincadeira. Por exemplo, um carrinho de controle remoto que anda sozinho inibe a ação da criança de brincar sobre o brinquedo, porque ela só o assiste andar. O que torna um objeto brinquedo é a ação de brincar com ele. Outra coisa importante é a transmissão da cultura lúdica. Hoje, as crianças convivem muito menos com crianças de idades diferentes da sua e com adultos. Isso é um fenômeno recente e ainda não sabemos que efeito isso terá na transmissão do repertório, mas o nosso papel é estimular a socialização. Se isso se perder, estaremos sendo privados de parte do nosso patrimônio cultural, que levou muito tempo para ser construído.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

“Dislexia: Como Suspeitar e Identificar Precocemente o Transtorno na Escola”

A identificação precoce de um possível ou suposto quadro de dislexia no ambiente escolar, sensibiliza os profissionais da educação ao exercício de um novo olhar: “olhar” mais cuidadoso, criterioso, investigativo e com mais participação na vida escolar dessa criança.

O diagnóstico que envolve a exclusão de outras condições e dificuldade por parte da criança, deve voltar-se para uma serie de sinais e sintomas muito peculiares, que podem sugerir a suspeita e levar a busca de profissionais especializados para tal diagnóstico.

Neste contexto, é difícil estabelecer critérios precoces para esta identificação, pois acompanhar o desempenho evolutivo de uma criança é um dos marcadores para inferir inadequações neste desenvolvimento. Sabemos que podem surgir atrasos no desenvolvimento motor e linguístico, inadequações nas fases desse desenvolvimento e superação delas em ambiente familiar estimulador ou não, além de outros fatores que possam implicar direta ou indiretamente no desempenho formal do aprendizado de leitura e escrita.

Estabelecer estratégias e metas novas e eficazes para que crianças desenvolvam o mais correto possível suas habilidades sensoriais e motoras para atingir o contexto formal escolar, sem grandes atribulações é fundamental já que, qualquer aprendizado pedagógico passa pela aprendizagem informal, aprendizado esse que depende do ambiente, da família, da sociedade e das particularidades individuais de cada ser.

Aprender é algo único, e neste aspecto devemos valorizar as pequenas e altas habilidades, pois deste modo, precocemente perceberemos aqueles com mais habilidades para raciocínio, cálculo, e aqueles com habilidades mais linguísticas e assim, facilitamos sua integração no contexto pedagógico formal.
Os processos cognitivos que resultam em aquisição do processo de leitura e escrita formam uma base, como apresentaremos:

(1) Conhecimento de (leitura) e (nome) dessas letras:
            É importante que esse conhecimento não venha de uma sequência automática de memória do abecedário e sim de conhecimento e reconhecimento de grafemas e o nome que esses grafemas possuem.
2) Consciência Fonológica:
            Envolve a habilidade em que a criança aprende a ouvir com o Ouvido Neurológico, associando sons e letras e com essas transposições entre os sinais auditivos corresponder-se a símbolos gráficos, oriundos das unidades articulatórios da fala.
(3) Aptidões da Fala e Linguagem:
            Direciona a criança para dentro de um processo de aprendizagem formal, e através dele podemos entender que, quando uma criança está na escola, ela já adquiriu a fala (oralidade), já possui uma estrutura linguistica oral, e a partir deste processo adquirido irá construir um novo processo: a escrita, e em conseqüência, a leitura.
            Quando esta criança não tem uma boa estrutura de linguagem oral que comporte uma estrutura textual, dificilmente conseguirá fazê-lo dentro de uma estrutura na escrita. Quando apresenta uma oralidade contaminada por substituições e omissões, essas trocas aparecerão no processo de aquisição da escrita, é necessário verificar suas estruturas anteriores (pré-requisitos) para que a possibilidade de transpor para leitura e escrita esteja adequada.
(4) Atenção Sustentada:
            Nascemos com uma atenção automática que é uma resposta aos estímulos e estes provocam essa atenção para uma resposta a estímulos fortes, com grande intensidade, e estes fazem seus registros de automatismo. É essa atenção que persiste na criança durante o aprendizado informal.
            Para integrarmos ao aprendizado formal (pedagógico) precisamos da extensão desta atenção voluntária, escolher o que queremos focar, saber relacionar com a situação e contexto escolar. Mais do que isso, se faz necessário uma sustentação para este foco, que é uma habilidade que depende da maturação do lobo frontal, de uma maturação neurológica, que depende de muito treino, adaptação, adequação, e intensa participação da criança.
            Esta atenção sustentada é que mantém as zonas de associação com a atenção auditiva para o aprendizado, possibilitando a retenção, ou seja, a consolidação do conhecimento. Deste modo podemos compreender a necessidade e importância do treino dessa habilidade (talvez a que mais necessite de treino) na primeira infância (no ensino infantil pré-requisitos ligados a fase sensório-motor).
(5) Memória Operacional
            Esta memória é que nos conduz a memória de trabalho, ou seja, é necessário muito treino com a memória operacional no período da aprendizagem informal para que através das habilidades exercitadas da criança, ela possa seguir para aprendizagem estrutural e assimilar o significado e significante dos símbolos sonoros. Essa correspondência se transformará em imagens mentais abstratas e concretas, em nomeação, relações de fatos com sons para que efetive as relações de oralidade e imagens (codificar e decodificar), estabelecendo significado ao que se aprende.
            Neste processo complexo, a maturação neurológica, as zonas de aprendizado e as relações nas áreas frontotemporais são essenciais: a memória auditiva de curto prazo relacionando-se com muitas associações para que a memória de longo prazo efetive o conhecimento e dê seguimento ás próximas etapas linguisticas.

 Das Dificuldades:
Como entender: os DIS? Dislexia, Disortografia, Disgrafia, Discalculia... Para cada hipótese, temos um entendimento neurológico e evolutivo de cada expressão e seu respectivo significado:
1) Dislexia:
É a incapacidade de processar o conceito de codificar e decodificar a unidade sonora em unidades gráficas, (forma de grafemas) com capacidade cognitiva preservada (nível de inteligência normal). Os disléxicos têm capacidade para aprender todas as funções sociais e até altas habilidades, desde que, bem diagnosticado, seja trabalhado em suas áreas corticais favoráveis e com estratégias e intervenções adequadas. Essa intervenções devem valorizar suas funções viso-motoras, imagens com significado e significante associados a ritmo e memória visual auxiliando sua memória auditiva, para que desenvolva a capacidade por outras rotas (sabido que sua rota fonológica é prejudicada).

2) Disortografia:
Definimos como disortografia, os erros na transformação do som no símbolo gráfico que lhe corresponde. Nem sempre a disortografia faz parte da dislexia e pode surgir nos transtornos ligados á má alfabetização, na dificuldade de atenção sustentada aos sons, na memória auditiva de curto prazo (Déficit de Atenção) e também nas dificuldades visuais que podem interferir na escrita. Quando não estão co-morbidas à Dislexia, o prognóstico é melhor.

3) Disgrafia:
Não se pode confundi-la ou compará-la com disortografia, pois a disgrafia tem características próprias. A criança com disgrafia apresenta uma escrita ilegível decorrente de dificuldades no ato motor de escrever, alterações na coordenação motora fina, ritmo, e velocidade do movimento, sugerindo um transtorno praxico motor (psicomotricidade fina e visual alteradas).

4) Discalculia:
A Discalculia do desenvolvimento é uma dificuldade em aprender matemática, com falhas para adquirir adequada proficiência neste domínio cognitivo, a despeito de inteligência normal, oportunidade escolar, estabilidade emocional e motivação. Não é causada por nenhuma deficiência mental, déficits auditivos e nem pela má escolarização. As crianças que apresentam esse tipo de dificuldade realmente não conseguem entender o que está sendo pedido nos problemas propostos pela professora. Não conseguem descobrir a operação pedida no problema: somar, diminuir, multiplicar ou dividir. Além disso, é muito difícil para elas entenderem as relações de quantidade, ordem, espaço, distância e tamanho. Aproximadamente de 3 a 6% das crianças em idade escolar tem discalculia do desenvolvimento (dados da Academia Americana de Psiquiatria). De um modo geral, o prognóstico das crianças com discalculia é melhor do que as crianças com dislexia, ou pelo menos, elas tem sucesso em outras atividades que não dependam desta área de calculo numérico.

Conclusão:
            Todo trabalho escolar, da vida acadêmica de uma criança deve ser investigado precocemente, desde seus primeiros momentos em berçários, creches, escolas infantis, pois a detecção de falhas ou inabilidade no seu D.N.P.M. (desenvolvimento neuropsicomotor) será precioso para atendê-la melhor, até seu inicio ao ensino formal, respeitando seu ritmo, mas oferecendo-lhe oportunidade de uma boa intervenção, caso descubra-se precocemente esta falha ou incapacidade.
            O pré-diagnóstico no âmbito escolar é excelente para o aluno, para a  escola, para os pais e a sociedade, onde não se atropela o desenvolvimento e nem permite más condutas com gastos desnecessários no futuro.
            Todos devem participar desse novo olhar: professores, direção de escola, pais, psicopedagogos, e outros profissionais envolvidos direta ou indiretamente na alfabetização.

¹ Lana Cristina de Paula Bianchi - Fonoaudióloga, Pedagoga, Psicopedagoga, Atuaçao em Neurociencias em Crianças e Adultos na FAMERP- FUNFARME- Sao Jose Rio Preto- SP- Especialista em linguagem no Projeto Gato de Botas- Disturbios de Aprendizagem; www.projetogatodebotas.org.br; CRFa: 2907- 1982- PUCC- Campinas-SP- Profa na Disciplina de Psicologia-UNILAGO- São Jose Rio Preto-SP- Linguagem e Cogniçao- 2010- Orientadora em monografias no curso de pos-graduaçao de Psicopedagogia- Famerp- 2010- Campo de pesquisa: Linguagem infantil e adulto-
² Vera Lucia de Siqueira Mietto, Fonoaudióloga, Psicopedagoga, Neuropedagoga e Tutora EAD do www.chafic.com.br e www.ceitec.com.br  em Neurociencias, Dislexia e TDAH e docente da UNICEAD na pós graduação de Monte Claros-MG.

Referências  bibliográficas:
“Leitura, Escrita e Dislexia” – Uma análise cognitiva – Andrew W. Ellis – 2ª edição – Editora Artmed
“Entendendo a Dislexia” – Um novo e completo programa para todos os níveis de problemas de leitura – Salley Shaywitz – Reimpressão 2006 – Editora Artmed
“Dificuldades de Aprendizagem” – detecção e estratégias de ajuda – Ana Maria Salgado Gomez, Nora Espinosa Tenan - Edição Mmix
“Transtornos de aprendizagem – Abordagem neurológica e multidisciplinar” - Newra Rotta, Lígia Ohhweiler, Rudimar dos Santos Riesgo - Ed Artimed, 2006
 “Dislexias” - Arrne Van Hout, Françoise Estiene - Ed Arttimed, Porto Alegre, 2001
“Neurociência Aplicada à  Aprendizagem” - Telma Pântano, Jaime Zorzi - Ed Pulso, São José dos Campos. 2009

Sites:
www.lerecompreender.com.br/palestras.asp - (Dislexia: "Como Suspeitar e Identificar Precocemente o Transtorno na Escola", 2010)
http://cursoschafic.com/neurociencias.html
http://cursoschafic.com/dislexia.html
www.pedagogia.com.br/artigos/neurocienciaaeducacao


“Dislexia: Como Suspeitar e Identificar Precocemente o Transtorno na Escola”
Lana Cristina de Paula Bianchi e Vera Lucia de Siqueira Mietto

Artigo disponível em: http://www.psiquiatriainfantil.com.br/biblioteca_de_pais_ver.asp?codigo=57

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Marcos de desenvolvimento: Fala

Escrito para o BabyCenter Brasil

A fala

Seu bebê vai aprender aos poucos a usar palavras para descrever o que vê, ouve, sente e pensa na medida em que completa saltos de desenvolvimento mental, emocional e comportamental. Os pesquisadores agora sabem que, muito antes de um bebê murmurar sua primeira palavra, ele aprende as regras da linguagem e percebe como os adultos a usam para se comunicar.

Quando se desenvolve

As crianças aprendem a falar durante os dois primeiros anos de vida. Seu bebê começará usando a língua, os lábios, o céu da boca e qualquer dente que esteja aparecendo para produzir sons ("os" e "as" no primeiro ou no segundo mês; os murmúrios começam pouco depois).

Logo, esses sons se tornam palavras de verdade (um "mamã" ou um "papá" pode escapar sem querer entre os 4 e os 5 meses, levando lágrimas aos seus olhos -- quem se importa se foi intencional ou não?). A partir daí, seu bebê vai aprender mais palavras com você, com seu parceiro e com quem mais estiver perto dele. Entre 1 e 2 anos, ele começará a formar frases com duas ou três palavras.

Como se desenvolve

O choro do seu filho ao nascer é a primeira incursão que ele faz no mundo da linguagem. Naquele momento, ele expressa o choque de sair do confinamento gostoso do útero e de estar em um lugar desconhecido. A partir de então, vai absorvendo os sons, os tons e as palavras que moldarão a forma com que ele vai falar.

A fala está ligada de forma direta à audição. Quando ouve as outras pessoas conversarem, o bebê aprende os sons das palavras e como as frases são estruturadas. De fato, muitos pesquisadores acreditam que o trabalho de compreender a linguagem começa enquanto o bebê está no útero.

Assim como antes de nascer o bebê se acostuma ao compasso dos batimentos do seu coração, ele entra em sintonia com o som da sua voz. Dias após o nascimento, é capaz de discernir a sua voz das dos demais.

De 1 a 3 meses
A primeira forma de comunicação do seu filho é o choro. Um grito agudo pode significar fome, enquanto choramingos curtos e repetidos podem assinalar a necessidade de trocar a fralda. Depois de algum tempo, o pai e a mãe aprendem a reconhecer os diferentes tipos de choro, para atender melhor às necessidades da criança. Dá para distinguir o choro de cólica do choro de fome, por exemplo.

À medida que o bebê cresce, vai desenvolvendo um repertório delicioso de gorgolejos, suspiros e arrulhos, tornando-se uma minifábrica de som. Sobre a capacidade de entender a linguagem, os linguistas dizem que os bebês de até 4 semanas são capazes de fazer a distinção entre sílabas similares, como "ma" e "na".

Quatro meses
Neste ponto, seu filho vai começar a balbuciar, combinando consoantes e vogais (como "dadá" ou "babá". Os primeiros "mama/ã" e "papá" podem escapar aqui e ali, e embora certamente façam você e seu companheiro se derreterem todos, não significam que o bebê já relacione direito as palavras a vocês. Isso vem depois, quando ele estiver com quase um ano.

As tentativas dele de falar vão parecer um jorro de monólogos em outra língua qualquer, infindáveis torrentes de palavras. A vocalização é uma brincadeira para a criança, que faz experiências usando a língua, os dentes, o céu da boca e as cordas vocais para produzir todo tipo de sons engraçados. Ela se diverte quando descobre que é ela quem faz tudo aquilo, fica estimulada a repeti-los e a procurar novos barulhos.

Nesse estágio, os balbucios têm os mesmos sons, não importa se a família do bebê fale português, inglês, francês ou japonês em casa. É possível perceber uma preferência da criança por determinados sons ("ca", "da" ou "auá", por exemplo), repetidos por ele sem cessar porque ele gosta do jeito como soam e da sensação na boca que eles produzem quando são pronunciados.

De 6 a 9 meses
Quando a criança balbucia e emite sons, eles até parecem fazer algum sentido. Isso ocorre porque ela passa a usar tons e padrões similares aos que você usa. Estimule o seu bebê a balbuciar lendo para ele, cantando e conversando.

De 1 ano a 1 ano e 5 meses
Ele usa uma ou mais palavras e sabe o que elas significam. Pratica até mesmo a inflexão, elevando o tom ao fazer uma pergunta, como "co-lo?", quando quiser ser carregado, por exemplo. A criança percebe a importância da fala e o enorme poder que representa o fato de ser capaz de expressar suas necessidades.

De 1 ano e meio a 2 anos
O vocabulário pode incluir até 200 palavras, muitas delas nomes. Entre 1 ano e meio e 1 ano e 8 meses, as crianças aprendem uma média de dez ou mais palavras por dia. Algumas aprendem palavras novas a cada 90 minutos, uma média impressionante. Cuidado, portanto, com o que diz na frente do seu filho! Ele vai também juntar duas palavras, formando frases básicas como "É meu" (bem típica do comportamento possessivo dessa fase!).

Aos 2 anos, usará frases com três palavras e cantará canções simples. O senso de identidade dele vai amadurecer e ele começará a falar sobre si -- do que gosta e do que não gosta, o que pensa e sente. Os pronomes podem confundi-lo e é possível que você o pegue dizendo "nenê fez", em vez de "eu fiz".

De 2 a 3 anos
A criança terá um pouco de dificuldade para empregar o volume apropriado para falar, mas logo aprenderá. Também começará a desvendar os macetes dos pronomes, como "eu" e "você". Entre 2 e 3 anos, seu vocabulário aumentará para até 300 palavras. Ela usará nomes e verbos juntos para formar frases completas, embora simples, como "Eu quero agora".

Quando fizer 3 anos, seu filho usará a fala com mais sofisticação. Será capaz de manter uma conversa e ajustar o tom, os padrões de fala e o vocabulário ao parceiro da conversação. Usará, por exemplo, palavras mais simples com outras crianças, mas será mais sofisticado com você. É possível que você já entenda tudo o que ele diz.

A maioria das crianças nessa idade é fluente ao dizer o nome e a idade, e responde prontamente a uma pergunta. Nesse estágio, você pode corrigir eventuais palavras ou concordâncias simples ditas pela criança, de preferência repetindo a frase ou palavra do modo correto, sem advertir seu filho por ter falado "errado".

O que vem pela frente

À medida que seu filho cresce, ele fica mais tagarela. Você mal vai se lembrar da época em que ele não falava e vai se divertir ouvindo sobre os trabalhos que ele fez na escola, sobre o que a amiguinha Sabrina comeu no almoço, o que ele acha da madrasta da Cinderela e qualquer outra coisa que ocupe a mente dele. Ele também começará a lidar com a habilidade mais complexa da escrita.

O que você pode fazer

É simples: converse com seu filho. Pesquisas mostraram que crianças cujos pais falavam bastante com elas na primeira infância tinham um QI significativamente maior que o das outras crianças. O vocabulário delas também se mostrou mais rico que o de crianças que não receberam muito estímulo verbal. Você pode começar já na gravidez, de forma que o bebê se acostume com o som da sua voz, o que já pode ir estimulando conexões no cérebro dele.

Leia um livro em voz alta ou cante para o bebê enquanto estiver no banho. Tudo bem, é possível que você se sinta estranha fazendo isso. Se for o seu caso, não precisa ficar culpada, ele já ouvirá bastante a sua voz quando você falar com outras pessoas.

Quando o bebê nascer, converse enquanto estiver trocando a fralda, dando de mamar ou dando banho, e dê um tempo para que ele responda com um sorriso ou olhando nos seus olhos. Um bom jeito de começar é simplesmente descrever o que você está fazendo: "Agora a mamãe vai colocar você na água quentinha (e assim por diante)". Por volta dos 5 meses, você poderá perceber que ele presta atenção aos movimentos da sua boca. Continue falando e em breve ele começará a tentar conversar também.

É impossível não usar um certo "tatibitate" ao falar com o bebê, e ele tem lá sua função afetiva, mas procure usar também frases reais, no mesmo tom de voz e com o mesmo vocabulário que usaria com um adulto. Seu filho só aprenderá a falar se você ensiná-la a fazer isso. Não há motivo para evitar o uso de palavras complicadas. Embora talvez precise simplificar a forma como fala para que seu filho compreenda o que você quer dizer, a melhor maneira de ele aumentar o vocabulário é escutando você usando novas palavras.

Ler é uma ótima forma de ajudar a desenvolver as habilidades de linguagem do seu filho. Os bebês vão adorar o som da sua voz, as crianças maiorzinhas vão aproveitar as histórias e mais tarde podem até mesmo interrompê-las para dizer o que está acontecendo ou dar algum palpite.

Quando se preocupar

Bebês com problemas de audição param de balbuciar por volta dos 6 meses. Se o seu não emite nenhum som (nem mesmo tenta fazê-lo) nem olha nos seus olhos, consulte seu médico. Embora algumas crianças comecem a formar palavras com 9 meses, muitas vão fazer isso só depois do primeiro aniversário, até 1 ano e 3 meses.

Se o seu filho ainda não fala nenhuma palavra com essa idade, ou você ainda não consegue entender nenhuma palavra do que ele diz, converse sobre o assunto com o pediatra. Só ele poderá fazer uma avaliação individualizada, de acordo com as características do seu filho.

Se até os 3 anos seu filho continuar a comer consoantes (dizendo "asa" para "casa", por exemplo) ou a substituir um som ou uma sílaba por outra (dizendo "papato" em vez de "sapato", por exemplo), vale a pena conversar com o pediatra, que, dependendo do caso, pode recomendar uma avaliação fonoaudiológica.

O profissional da área poderá orientá-la para fazer exercícios em casa ou indicar uma terapia. Às vezes pequenas atitudes, como chamar a atenção para o som errado repetindo a palavra corretamente, já são suficientes para obter bons resultados. Se seu filho disser: "Qué pô o papato", você pode responder: "Ah, você quer pôr o sapato?"

Todas as crianças pequenas gaguejam de vez em quando. Pode ser que estejam aceleradas demais pela vontade de contar o que se passa por sua cabeça que não consigam escolher as palavras certas na hora. A velocidade do raciocínio acaba sendo maior do que a mecânica da fala. Deixe a criança terminar a frase sozinha, sem interrompê-la para ajudar. Apesar de sua intenção ser das melhores, a interrupção poderá soar como um desestímulo.

A maioria das gagueiras é transitória, e muitas vezes aparece num momento de ansiedade, como perto do aniversário, do início das aulas ou da chegada de um irmãozinho.

Uma gagueira persistente, no entanto, deve ser avaliada por um profissional fonoaudiólogo. A criança em geral faz mais progressos se for avaliada entre 6 e 12 meses após se notar pela primeira vez a gagueira, independentemente da idade. Você também pode pedir ao pediatra a indicação de um especialista.


http://brasil.babycenter.com/baby/desenvolvimento/fala/

Marcos do desenvolvimento: Audição

Escrito para o BabyCenter Brasil

Audição

Seu bebê já ouve bem desde que nasce, tirando os casos em que há alguma deficiência auditiva. Conforme cresce, ele vai usar o ouvido para absorver uma quantidade enorme de informação sobre o mundo que o cerca, o que por sua vez estimulará o cérebro e colaborará para conquistas no âmbito físico como sentar, virar, engatinhar e andar.

Quando se desenvolve

A audição do seu bebê estará totalmente madura ao final do primeiro mês de vida, mas vai demorar um pouco mais para que ele realmente entenda tudo o que está ouvindo.

Como se desenvolve

Desde que nasce, seu bebê presta atenção às vozes, principalmente as mais agudas, e responde a sons conhecidos (sua fala, uma história que ouve com frequência etc.). Também pode se assustar com barulhos fortes e repentinos.

Com 3 meses, o lobo temporal do bebê -- que participa da audição, da linguagem e do olfato -- fica mais receptivo e ativo. Por isso, ao ouvir sua voz, seu filho pode olhar diretamente para você e começar a fazer sons para responder. Mas falar e ouvir são atividades que podem cansá-lo. Nessa idade, se seu filho desviar o olhar ou perder a concentração enquanto você conversa com ele ou lê uma história, não é preciso se preocupar com possíveis problemas na audição. Pode ser só excesso de estímulo.

Com 5 meses, o bebê vai perceber a origem dos sons, e vai se virar sempre que ouvir um barulho novo. Crianças de 5 meses também são capazes de reconhecer o próprio nome -- observe como seu filho olha para você quando você o chama, ou quando fala sobre ele com outras pessoas.

O que vem pela frente

A audição do bebê se desenvolve totalmente quando ele é bem pequeno, mas é importante detectar qualquer problema bem cedo. Uma boa audição é a base para o desenvolvimento da fala. Quando ouve os outros falarem, o bebê aprende o som das palavras e a estrutura das frases, coisas essenciais para a formação da linguagem.

O que você pode fazer

Muitas maternidades oferecem o chamado "teste da orelhinha", a triagem auditiva neonatal, que não incomoda o bebê e pode ajudar a diagnosticar alguma deficiência bem cedo, amenizando as sequelas.
Além do exame, há muita coisa que você pode fazer para ajudar seu filho a se acostumar com sons novos e aprender com eles. Experimente recitar versinhos populares, cantar e tocar música para ele. Não há necessidade de se restringir a musiquinhas infantis. Você pode mostrar qualquer coisa ao seu filho, seja MPB, música clássica ou rock. Até um sino dos ventos pendurado na janela ou o tiquetaque de um relógio são suficientes para entreter o bebê -- quanto mais variados os sons, melhor. Logo você vai perceber que seu filho prefere um tipo de som ao outro, quando ele começar a demonstrar seus primeiros gostos.

Ler para uma criança, não importa a idade, é sempre benéfico, pois ajuda o bebê a treinar o ouvido para a cadência da língua. Por isso vale a pena variar o tom de voz (grossa para o Lobo Mau, fininha para a Chapeuzinho Vermelho), dar ênfase em determinados trechos e acompanhar a leitura com gestos, o que vai tornar a experiência mais estimulante para vocês dois. Além disso, quanto mais você ler para seu filho e conversar com ele, mais sons e palavras ele vai aprender, no caminho certo para começar a falar.

Bebês de cerca de 4 ou 5 meses podem começar a observar sua boca com atenção quando você fala, e tentar imitar entonações e pronunciar sons consonantais como "m" e "b".

Quando se preocupar

Os bebês são surpreendentes: conseguem (ainda bem!) continuar dormindo mesmo com o telefone tocando ou o cachorro latindo. É normal -- eles precisam dormir. Apesar de a grande maioria dos bebês escutar muito bem, algumas crianças apresentam déficits auditivos, em especial se tiverem nascido muito prematuras ou se sofreram privação de oxigênio ou alguma infecção grave ao nascer. Quando há casos de problemas auditivos na família, o risco de o bebê ter alguma deficiência nessa área é maior.

O normal é que, quando acordado e alerta -- e sem estar resfriado nem com dor de ouvido, que podem afetar a audição --, o bebê se assuste com barulhos fortes e repentinos, acalme-se e olhe para você ao ouvir sua voz e pareça reagir aos sons que o cercam.

O "teste da orelhinha", simples e rápido, verifica a audição de recém-nascidos e pode ser feito na própria maternidade. Hospitais públicos de várias regiões já oferecem o exame gratuitamente. Se seu bebê não fez o exame quando nasceu, converse com o pediatra. Também dá para avaliar a audição do seu bebê em casa, com os seguintes testes práticos:

Menos de 3 meses: Bata palmas por trás da cabeça do bebê. Se ele se assustar, está ouvindo bem. Se não, tente mais algumas vezes.
De 4 a 6 meses: Chame seu filho pelo nome e observe se ele vira a cabeça ou reage ao som da sua voz. Preste atenção se ele mexe os olhos e a cabeça para procurar de onde vem algum som interessante.
De 6 a 10 meses: Verifique se a criança reage ao próprio nome e a sons conhecidos do ambiente em que vive, como o toque do telefone ou o barulho do aspirador de pó.
De 10 meses a 1 ano e 3 meses: Peça ao seu filho que aponte para a imagem de alguma coisa conhecida em um livro (o "au au", por exemplo). Se ele não conseguir, talvez não esteja escutando o pedido.

Se seu filho passou em todos esses testes mas você continua preocupada, confie no seu instinto de mãe e converse com o pediatra. O ideal é que eventuais problemas de audição sejam detectados o mais cedo possível. Segundo as pesquisas mais recentes, o uso de equipamentos para auxiliar na audição antes dos 6 meses de idade colabora significativamente para que essas crianças desenvolvam a fala e a linguagem. 
 
http://brasil.babycenter.com/baby/desenvolvimento/audicao/

Marcos do desenvolvimento: Visão

Escrito para o BabyCenter Brasil

Visão

Seu bebê enxerga desde que nasce, a menos que tenha algum problema de visão. Conforme vai crescendo, ele usa os olhos para absorver uma quantidade imensa de informação sobre o mundo que o cerca, o que por sua vez vai estimular o desenvolvimento do cérebro e colaborar para conquistas no âmbito físico, como sentar, rolar, engatinhar e andar.

Quando se desenvolve

Nos primeiros meses de vida, a visão do bebê vai se aprimorando, e em torno dos 6 a 8 meses de idade ele enxerga o mundo quase tão bem quanto um adulto.

Como se desenvolve

A visão da criança vai se desenvolvendo aos poucos, diferentemente da audição, que está plenamente amadurecida ao fim do primeiro mês. Quando o bebê nasce, a visão é meio embaçada, mas ele distingue luz, formas e movimento. O recém-nascido só enxerga bem mesmo a uma distância de entre 20 e 30 centímetros -- ideal para perceber com clareza o rosto da pessoa que o carrega no colo. O rosto da mãe, nessa fase, é a coisa mais interessante do mundo para o bebê; em seguida vêm imagens com bastante contraste, como um xadrez em preto e branco. Assim, capriche nos momentos de olho no olho.

A visão do seu bebê vai se tornando melhor com o tempo, e aos 8 meses ele enxerga praticamente tudo.

Um mês

Quando nasce, o bebê não sabe usar os olhos de forma concomitante, por isso fica "vesguinho" com frequência. Com 1 ou 2 meses, no entanto, ele já aprende a focalizar os dois olhos ao mesmo tempo e é capaz de acompanhar com o olhar um objeto em movimento (embora talvez já fizesse isso por curtos períodos desde o nascimento). Um simples chocalho passado diante do rosto dele já é o suficiente para hipnotizá-lo. Você também pode tentar com seu próprio rosto: olhe-o nos olhos e mexa seu rosto para um lado e para o outro. Os olhinhos dele provavelmente vão se fixar nos seus.

Dois meses

Os bebês enxergam as cores desde que nascem, mas têm dificuldade para distinguir tons parecidos, como vermelho e laranja. Por isso, muitas vezes preferem cores contrastantes ou o preto-e-branco. Entre 2 e 4 meses de idade, no entanto, as diferenças entre as cores vão ficando mais claras, e seu bebê começa a distinguir tons semelhantes. Com isso, deve começar a mostrar preferência por cores primárias e fortes, e por formatos e desenhos mais detalhados e complexos. Incentive o interesse mostrando ilustrações, fotos, livros e brinquedos de cores vivas. Durante os próximos meses, ele também vai aperfeiçoar a técnica de seguir objetos com o olhar.

Quatro meses

Nessa fase, o bebê começa a desenvolver a percepção de profundidade, que o ajuda a saber se alguma coisa está perto ou longe. Também passa a controlar melhor os braços, e assim o desenvolvimento visual acontece na hora certa para ajudá-lo a tentar pegar coisas tão intrigantes, como seu cabelo, seus brincos ou seus óculos, com muito mais precisão.

Cinco meses

Com essa idade, seu filho consegue detectar objetos pequenininhos e acompanha bem o movimento das coisas. Pode até ser capaz de reconhecer um objeto enxergando só uma parte dele -- a base para as brincadeiras de esconde-esconde que vocês farão nos meses seguintes. A maioria das crianças de 5 meses já aprendeu a distinguir entre cores básicas parecidas, e agora começa a observar as sutis diferenças entre os tons pastel.

Oito meses em diante

A visão do seu bebê -- que antes chegava no máximo aos 50 por cento de acuidade -- agora é quase igual à de um adulto em termos de clareza e percepção de profundidade. Ele ainda enxerga melhor de perto que de longe, mas com 8 meses já vê o suficiente para reconhecer pessoas que estejam do outro lado de uma sala. Com essa idade, os olhos da criança também normalmente estão próximos de sua cor definitiva, embora ainda possa haver mudanças sutis na cor da íris.

O que você pode fazer

Pergunte na maternidade ou ao pediatra nas primeiras consultas se os olhos do bebê foram examinados, para descartar doenças que acometem os recém-nascidos, como a catarata congênita e o retinoblastoma. O primeiro exame deve ser feito ainda na maternidade, pelos pediatras do berçário, que avaliam a retina com uma luz emitida por um aparelho especial.

Estudos mostram que os bebês preferem rostos humanos a qualquer outro tipo de desenho ou imagem, portanto mantenha seu rosto perto do dele (principalmente na fase de recém-nascido) para que ele observe bem seus traços faciais. Quando a criança tem cerca de 1 mês, qualquer objeto é suficiente para hipnotizá-la -- não é preciso se preocupar em comprar brinquedos especiais para isso. Muitas vezes, sua própria mão se mexendo serve para entretê-lo (e é um brinquedo impossível de perder). Coisas simples como papel-alumínio ou um pote colorido podem ser passados diante dos olhos dela, de um lado para o outro, para treinar a técnica de acompanhar o movimento. Depois, mude o sentido do movimento para de baixo para cima e vice-versa. A maioria dos bebês só consegue acompanhar o movimento vertical sem dificuldades com 4 ou 5 meses de idade.

Como o mencionado acima, incentive o interesse do bebê nas cores primárias e depois nos tons pastel, conforme ele vai ficando mais velho. Móbiles (pendurados fora do alcance dele), pôsteres de cores vivas e livros resistentes com ilustrações chamativas chamam bastante a atenção da criança.

Quando se preocupar

O pediatra costuma prestar atenção à visão do seu filho em cada consulta, desde o nascimento. A maioria das deficiências visuais pode ser corrigida se for detectada cedo; quanto mais velho fica seu bebê, mais difícil é solucionar eventuais problemas. É improvável que você consiga detectar sozinha coisas como miopia, hipermetropia e astigmatismo, mas fique de olho em dificuldades mais graves. Se seu filho não consegue fixar o olhar ou acompanhar um objeto (ou seu rosto) com os dois olhos aos 3 ou 4 meses de idade, fale com o médico. Bebês prematuros correm mais risco de ter determinados problemas visuais, como astigmatismo, miopia e estrabismo, por isso os pais e médicos devem dedicar atenção especial à visão deles. Fale com o pediatra se:

• Seu bebê tem dificuldade para movimentar um ou os dois olhos para todas as direções

• Seu bebê passa a maior parte do tempo "vesguinho"

• Um ou os dois olhos do bebê tendem a ficar olhando para fora 
 
http://brasil.babycenter.com/baby/desenvolvimento/visao/

Quais são os sinais de atraso no desenvolvimento de uma criança?

Escrito para o BabyCenter Brasil 
 
Os sinais mais comuns que os pais costumam perceber são a demora em andar e na comunicação. O normal é o bebê já estar andando quando chegar o 18o mês, ou seja, com 1 ano e meio. Meses antes, ele fará tentativas para ficar em pé ou começará a andar apoiando-se em móveis e objetos.

Entre o 12o e o 15o mês, seu filho deve conseguir comunicar suas vontades e necessidades básicas, mesmo que ainda não esteja pronunciando palavras propriamente ditas. Por exemplo, ele pode puxar você pela mão até a geladeira e apontar para o suco.

Com 1 ano e 3 meses, o bebê já consegue falar uma ou duas palavras simples ("mamãe", "papai", e talvez "colo"), e lá pelo segundo aniversário deve ser capaz de juntar duas palavras em uma frase simples (como em "qué papá").

Não deixe também de fazer todos os exames em relação ao desenvolvimento de seu filho. Muitas vezes, problemas de visão e de audição são difíceis de ser detectados, e a verificação de olhos e ouvidos deve fazer parte de toda avaliação de desenvolvimento.

Siga seus instintos se perceber algum problema -- ou possível problema -- em seu filho. Afinal, você é quem o conhece melhor. Em caso de preocupação, converse com o pediatra.

http://brasil.babycenter.com/toddler/desenvolvimento/atraso-sinais/?scid=br_pt_mbtw_toddler_post31m0w

Lei da Inclusão ainda engatinha

Fonte:http://www.clicrbs.com.br/dsm/rs/impressa/4,38,3621018,18715

Ela tem mais de três anos no país, mas as mudanças esperadas ainda não viraram realidade em Santa Maria

Conviver com a diferença é considerado positivo para o crescimento de uma sociedade. Preparar-se para esse encontro e suprir todas as necessidades e dificuldades da partilha do mesmo ambiente é, contudo, crucial. A Lei da Inclusão, implantada há três anos e meio em Santa Maria, registra um certo progresso, como o aumento do número de crianças e adolescentes matriculados no ensino regular, mas ainda tem muito o que avançar. Uma das principais carências é a falta de debate sobre o assunto.

A política da inclusão define como público-alvo do atendimento de educadores especiais, crianças e adolescentes com deficiências, transtornos gerais de desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Porém, as escolas e secretarias de educação não pedem documentos que comprovem o diagnóstico médico desses alunos e só reconhecem a deficiência quando o estudante começa a frequentar as aulas. A família, se tem condições financeiras, acaba decidindo como será o atendimento, geralmente contratando por conta própria, professores ou profissionais especializados.

De acordo com a professora do curso de Educação Especial da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Eliana Menezes, que é uma das coordenadoras do grupo de pesquisa Diferença, Educação e Cultura, o que mais faz falta são espaços de discussão nas escolas, onde se debatam as necessidades de cada aluno incluído.

– Não dá para dizer se a inclusão está ou não acontecendo, assim como não se podem generalizar as medidas a serem tomadas – afirma Eliana.

No grupo de pesquisa, frequentemente questiona-se a obrigatoriedade da inclusão de estudantes com deficiência em classes regulares:

– O suporte oferecido nas salas de recursos das escolas parte da ideia de que todo aluno com deficiência é igual. São completamente diferentes os contextos onde vivem um aluno com Síndrome de Down e outro que é surdo, por exemplo – argumenta.

Interação – O objetivo da inclusão é promover a sociabilidade dessas pessoas especiais, que antes eram impedidas de frequentar a escola regular por causa da sua deficiência. Nesse ponto, escolas e secretarias estadual e municipal de educação fazem coro: é, sim, mais importante que o aluno interaja com outras crianças da sua idade do que ele aprender o conteúdo de cada ano de ensino e ser avaliado objetivamente na hora de progredir de série. Para Eliana, contudo, a escola não deve perder o foco principal:

– O aluno vai para a escola para aprender. A ideia de que ele vai para o colégio para sociabilizar é errada, não importa se tem deficiência ou não.

A exclusão ocorre quando as pessoas veem o indivíduo como um incapaz. E essa imagem que os outros têm influencia na maneira como ele próprio se percebe. A forma como a lei é colocada em prática definirá o fracasso ou o sucesso de cada caso.

REGRAS PARA INCLUIR
- A Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2006 e assinada pelo Brasil e outros 196 países em março de 2007
- Mesmo sem ser obrigatória, a convenção determina o fim das classes especiais e a matrícula dos alunos com deficiência nas classes regulares
- Em 2 de julho de 2008, o Senado aprovou o comprometimento com a ONU. O MEC demonstrou interesse em aderir totalmente à política da inclusão
- De acordo com o documento “Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva”, elaborado pelo Grupo de Trabalho da Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação (MEC/Seesp), a inclusão se destina a alunos com necessidades educacionais especiais, ou seja, que tenham:
1) Deficiência – Pessoa que tem “impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental ou sensorial que, em interação com diversas barreiras, podem ter restringida sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade”
2) Transtornos globais de desenvolvimento – Alunos que “apresentam alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do autismo e psicose infantil” *Questiono esse item por não ter relação a psicose infantil com TGD.
3) Altas habilidades e superdotação – Esses alunos “demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse”