domingo, 16 de setembro de 2012

Depressão infantil: estratégias de intervenção psicopedagógicas em sala de aula com crianças depressivas


Por: ROBERTO GIANCATERINO
“O professor afetivo é aquele que em premissa maior, acalanta o baú cheio de conhecimento adquirido na informalidade do seu educando e conduz a uma aprendizagem significativa em seu cotidiano escolar”.
RESUMO
A depressão é um dos mais significativos problemas no mundo atual, e a sua incidência tem aumentado exponencialmente. Ela reflete o desequilíbrio não só das pessoas em si, mas também de nossa sociedade e de nosso meio ambiente. Atualmente a depressão, tornou-se comum em crianças. A depressão é uma doença séria e pode contribuir para várias alterações como o isolamento das crianças, baixo rendimento escolar, baixa-estima e até mesmo uso de drogas como tentativa de sentirem-se melhor. Provavelmente por estarem em desenvolvimento, não têm capacidade para compreender o que acontece internamente e, com freqüência, ela apresenta comportamentos agressivos.
Palavras-chave: Depressão, Depressão infantil, Professor, Criança, Adolescente.

INTRODUÇÃO
O termo Depressão pode significar um sintoma que faz parte de inúmeros distúrbios emocionais sem ser exclusivo de nenhum deles, pode significar uma síndrome traduzida por muitos e variáveis sintomas somáticos ou ainda, pode significar uma doença, caracterizada por marcantes alterações afetivas (Cass, 1999).
Apesar de ser bem mais comum em adultos, estudos populacionais mostram que cerca de 20% das crianças e adolescentes com idade entre 9 e 17 anos têm algum transtorno mental diagnosticável. Em relação à depressão especificamente, estima-se que a doença atinja, nos Estados Unidos, 0,9% das crianças em idade pré-escolar, 1,9% em idade escolar e 4,7% dos adolescentes (Cândida, 2005).
Este mal atinge inclusive as crianças e adolescentes. A rotina que as crianças têm a cumprir pode ser um desgaste não apenas físico, mas também mental, que começa desde cedo a exigir demais de si mesmo. Nesse sentido, ressalta-se que o excesso de atividades é um dos principais causadores do stress, na classe média e na classe menos favorecida, existem muitas situações desgastantes como: trabalhar para ajudar os pais, cuidar dos irmãos menores, ir para a escola com fome, ter que tirar boas notas sem contar com ninguém para ajudar nas tarefas escolares e vários outros fatores que acarretam o stress, que pode culminar na depressão infantil.
Embora na maioria das crianças a sintomatologia da Depressão seja atípica, alguns podem apresentar sintomas clássicos de Depressão, tais como: tristeza, ansiedade, expectativa pessimista, mudanças no hábito alimentar e no sono ou, por outro lado, problemas físicos, como dores inespecíficas, fraqueza, tonturas, mal estar geral que não respondem ao tratamento médico habitual (Ballone, 2005).
Na criança e adolescente, a Depressão em sua forma atípica, esconde verdadeiros sentimentos depressivos sob uma máscara de irritabilidade, de agressividade, hiperatividade e rebeldia. As crianças mais novas, devido à falta de habilidade para uma comunicação que demonstre seu verdadeiro estado emocional, também manifestam a Depressão atípica, notadamente com hiperatividade (Ballone, 2005).
Observa-se, entretanto, que apesar da grande relevância da depressão na Infância e na Adolescência, às dificuldades de aprendizagem na escola, no trabalho e no ajuste pessoal, não têm sido devidamente avaliado pela família nem adequadamente diagnosticado pelos médicos. Assim, o presente estudo, tem como objetivo central promover uma discussão sobre a depressão infantil, enfocando as estratégias de intervenção psicopedagógica em sala de aula.
DEPRESSÃO
De acordo com Meleiro (2000), a depressão é um dos distúrbios psiquiátricos mais comuns na prática médica. Estima-se que cerca de 9% dos homens irão apresentar alguns de seus sintomas em determinado momento ao longo de suas vidas. Todavia, estar subestimada, visto que a taxa de depressão não detectada e não tratada pode ser mais elevada, especialmente em populações específicas como a de idosos (10%), a de pessoas com doenças físicas (20% a 50%) nas quais os pacientes podem atribuir, inadequadamente, os sintomas depressivos à própria doença orgânica.
Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), demonstra que 20% das crianças e adolescentes apresentam sintomas da depressão, como irritabilidade ou apatia e desânimo. Dentro da realidade brasileira, esse número cai para 10% conforme o psiquiatra gaúcho Salvador Célia, presidente do Departamento de Saúde Mental da Sociedade Brasileira de Pediatria, afirma, porém, que se não houver intervenção médica, essas crianças são fortes candidatos a tornarem-se adultos depressivos pelo resto da vida (Leite, 2002).
Ainda na visão de Meleiro (2000), a depressão é um dos maiores problemas de saúde do mundo. De uma forma ou de outra, cerca de 17% da população tem um ou mais episódios de depressão suficientemente grave durante sua vida. Para a maioria das pessoas, esses episódios são relacionados a algum acontecimento adverso, como a morte de uma pessoa próxima, a perda de um emprego, a falta temporária de perspectivas, o sofrimento com doenças crônicas, etc.
Para Jeffrey (2003), a depressão é um distúrbio cíclico, com períodos de alívio ou bem-estar, alternando-se com períodos apenas de depressão ou de depressão mania. Às vezes há apenas um episódio de depressão, mas na maioria dos casos, particularmente com crianças, ocorre mais de um.
A depressão pode ser considerada uma doença que vem abrangendo grande parte da população, a qual precisa aprender a conviver com este mal e procurar desenvolver mecanismos para combater os problemas gerados pela mesma. Destaca-se ainda, que a doença interfere na habilidade pessoal de trabalhar, dormir, se relacionar, comer, de gostar de atividades antes consideradas prazerosas, circunstâncias estas que não ocorrem com as pessoas que não apresentam esta doença.
Existem várias pesquisas que buscam encontrar algum determinante em termos de herança genética, para que uma pessoa manifeste "depressão". O que se percebe através de pesquisas realizadas, é que mesmo que exista uma predisposição genética, isto por si só, não determina a ocorrência de uma crise depressiva. (Gasparini, 2000).
A história do indivíduo está ligada a forma como ele se constitui e desenvolve sua maneira de ser. A pessoa que apresenta um quadro depressivo, por diferentes motivos, ao longo de sua vida aprende a não perceber seus próprios limites. Deixa de lado sua capacidade de identificar suas necessidades e sentimentos, e se perde num emaranhado de introjeções. Gasta muita energia para obter um pouco de gratificação.
Na relação com o mundo, o indivíduo não consegue se nutrir emocionalmente de maneira adequada, o que leva gradativamente a uma falta de sentido na relação com o meio externo (Marcelo, 2005).
Na pessoa deprimida, as posturas e os gestos indicam melancolia, que ante o menor estímulo pode transformar-se em tristeza e choro. A apatia e a passividade são manifestações externas da sensação de cansaço, que costumam ser mais acentuadas nas primeiras horas da manhã. Nos casos graves, pode surgir tendência ao suicídio. (Gasparini, 2000).
Assim sendo, as palavras de Cass (1999) descrevem de modo claro como ocorre o sintoma da depressão: “os sintomas da depressão variam de indivíduo para indivíduo. A tristeza talvez nem sempre seja o sentimento dominante. A depressão também pode ser vivenciada como um sentimento de torpor ou de vazio, ou talvez sem nenhum sentimento, positivo ou negativo”.
Cass (1999) inclui como sintomas:
- Tristeza persistente, ansiedade, ou humor “vazio”;
- Pessimismo ou sentimentos de desesperança;
- Perda do interesse ou do prazer nas atividades habituais, inclusive sexo;
- Insônia, acordar de madrugada, ou sono excessivo;
- Agitação;
- Diminuição da energia, cansaço, ou uma sensação de “lerdeza”;
- Baixa da auto-estima, sentimentos de inutilidade, ou de culpa excessiva ou inapropriada;
- Dificuldades em se concentrar, em lembrar-se de algo, ou em tomar decisões;
- Pensamentos de morte ou de suicídio recorrentes, tentativas de suicídio, ou um plano suicida específico.
É importante ressaltar ainda, que pessoas gravemente deprimidas podem tirar sua própria vida. Enquanto a maior parte delas guarda os seus pensamentos consigo mesmas até cometerem o ato, outras, na verdade, realmente falam sobre eles com amigos e familiares. Parentes e amigos precisam levar as ameaças de suicídio a sério, e não vê-las como meros subterfúgios para chamar a atenção.
DEPRESSÃO INFANTIL 

A depressão consiste num distúrbio emocional que passou a ser considerado suscetível às crianças há apenas trinta anos. É possível que esse distúrbio já esteja presente antes mesmo da idade escolar (Malagris e Castro, 2000).
Essa demora em considerar a presença de depressão em crianças deve-se ao fato de que existem sintomas dessa desordem que são constatados, também, em outros distúrbios emocionais, tal como no pânico, no déficit de atenção com hiperatividade, na ansiedade etc.
Grüspun (1999:33) destaca que, nos dias atuais, já existe:
O reconhecimento de que crianças e adolescentes têm transtornos depressivos com características semelhantes às observadas nos adultos. Antes os pais informavam sobre a depressão dos filhos, achando que sabiam tudo sobre eles. Atualmente, as crianças e adolescentes são capazes de fornecer informações valiosas sobre sua psicopatologia e nos proporcionam conhecimento sobre suas emoções e afetos. Transtornos depressivos, afetivos e de humor são mais comuns do que o suposto antigamente. Os adultos achavam que as crianças e adolescentes não tinham o direito de passar por depressão porque não tinham problemas iguais aos deles - problemas econômicos, políticos ou amorosos - e consideravam que a depressão só aparecia depois dos 25 anos. Agora as crianças são diagnosticadas como depressivas.
Dificuldades de relacionamento em casa, na escola ou em outros ambientes sociais encabeçam a lista de prejuízos que a depressão pode causar a crianças e adolescentes. Além disso, a psiquiatra Silzá Tramontina enumera outros problemas: dificuldade de aprendizagem; repetências escolares; problemas de comportamento, como, no caso dos adolescentes; delinqüência e uso de drogas; falhas nos desenvolvimentos físico e emocional (Cândida, 2005).
Conforme cita Jeffrey (2003:2):
Crianças e adolescentes com depressão sofrem de quatro classes principais de distúrbios: problemas relacionados ao pensamento, comportamento incluem dificuldade de concentração, indecisão, pensamentos mórbidos, sensações de inutilidade e culpa excessiva; os problemas emocionais de inutibilidade e culpa excessiva; os problemas emocionais incluem abatimento, irritabilidade, interesse ou prazer reduzido em suas atividades e uma falta de expressão ou variação emocional; os problemas comportamentais incluem agitação ou letargia. E finalmente, os sintomas psicológicos incluem muito ou pouco sono, falta ou excesso de apetite, fadiga e falta de energia.
Contudo, Ballone (2003) argumenta que, os dados de prevalência do Transtorno Depressivo na Infância e Adolescência não são unânimes entre os pesquisadores. Devido à diversidade dos locais onde os estudos são realizados e das populações observadas, diversos índices de prevalência têm sido estabelecidos para a depressão na infância. Talvez as dificuldades devem-se às discrepâncias de diagnósticos, já que alguns consideram como Depressão alguns casos atípicos, como por exemplo, a Fobia Escolar, a Hiperatividade, etc.
Há mais de três décadas, os estudos de Rutter, Tizarde e Whitmore (1970) começaram a apontar uma prevalência da Depressão Infantil em aproximadamente 1% das crianças com idade de 10 anos. Dezesseis anos depois, Rutter (1986) volta a pesquisar e considera que os quadros depressivos são muito mais freqüentes na adolescência do que na infância. Essas suspeitas foram confirmadas mais tarde por Ciccheti, em 1995.
Nesse mesmo ano Goodyar situa a prevalência do Transtorno Depressivo na Infância e Adolescência entre o 1,8% e 8,9%. Estudos norte-americanos revelam uma incidência de depressão, aproximadamente 0,9% entre os pré-escolares; 1,9% nos escolares e 4,7% nos adolescentes (Kashani, Weller et al. apud Ballone, 2003:03).
A realidade é que, atualmente, de forma precoce, as crianças têm que suportar problemas semelhantes aos dos adultos, pois são invadidas pelas mesmas informações dos meios de comunicação, e estão menos preparadas do que os adultos para suportar pressões e frustrações.
Castro Neto (2002), salienta que a depressão tem efeitos sérios e de grande repercussão na vida de uma criança, prejudicando o desempenho escolar e as interações com amigos e familiares. O relacionamento com a mãe, em particular costuma distanciar-se.
Observa-se, entretanto, que as crianças com depressão não são mais tímidas do que as outras, porém, também, têm maior chance de ser alvo de zombarias, o que, naturalmente, afeta a sua auto-estima, reforçando a depressão. Os distúrbios afetivos têm efeito sobre a capacidade cognitiva da criança.
Na verdade, a criança com depressão, entre os 6 a 12 anos, pode vir a aparentar tristeza, chorar à toa, podendo mostrar-se apática, movimentar-se com lentidão, apresentar um tom de voz monótono, falando de forma desesperançada e sofrida. Nessa fase, a criança fala de si própria em termos negativos, revelando baixa-estima e podendo, até mesmo, ter pensamentos suicidas ou de morte. Ainda, pode se mostrar irritadiça e instável. Nesta fase, a criança deprimida pode também perder o interesse por atividades extracurriculares, normalmente, apresenta queda no rendimento escolar e sintomas como dores de cabeça e de barriga.
Na perspectiva de Brito (2002), destaca que a depressão que atinge crianças apresenta sintomas que podem ir bem além de uma tristeza repentina. A tristeza persistente em relação à perda do gosto pela vida por um período de tempo bastante prolongado, caracteriza-se assim o quadro depressivo.
Corroborando Ballone (2003), acrescenta que a depressão se caracteriza por uma sintomatologia afetiva de longa duração e está associado a vários outros sinais e sintomas já vistos no contexto em tela, tais como: insônia, irritabilidade, rebeldia, medo, tique, mudanças nos hábitos alimentares, problemas na escola, na vida social e familiar.
Outros sintomas em idade escolar, tais como: apatia, tristezas, agressividade, choro, hiperatividade, queixas físicas, medo da morte em si próprio ou nos familiares, frustração, desespero, distração, baixa-estima, recusa em ir à escola, problemas de aprendizagem e perder interesse por atividade que antes gostava.
Para compreender melhores esses sintomas, apresenta-se o quadro a seguir:
Quadro 1. Sintomas da depressão conforme a faixa etária.
 
                                       SINTOMAS

      Geral

A criança apresenta traços de isolamento, melancolia, tristeza, chora muito, tem problemas para dormir ou dorme em excesso, é obesa ou simplesmente sem nenhum apetite;
Nos bebês os sintomas mais comuns são perda de peso, rosto sem expressão, falta de apetite, dificuldade para adquirir peso, insônia, rejeição ao contato humano, choro insistente, diminuição de movimentos e atraso no desenvolvimento da linguagem;
       0 a 6
A criança depressiva pode apresentar mudanças súbitas de humor, sentir insistentes dores - principalmente de cabeça - alterações de apetite e sono, tristeza, falta de amigos e coordenação motora retardada.
      7 a 13
Nesta idade as crianças já começam a reclamar, perdem o interesse por determinadas atividades que antes gostavam, se dizem tristes e infelizes, podem somatizar problemas. Muitas vezes, isso chega a provocar doenças sérias como úlceras. São quietas e, em geral, choram com facilidade, têm dificuldades para dormir ou dormem muito, se denominam feias e afirmam fazer tudo da maneira errada. Irritabilidade, baixa-estima, culpa, cansaço e baixo rendimento escolar também são sintomas característicos.
     14 a 17
Alteração do humor, ansiedade, agressividade, baixa-estima, uso de drogas ou álcool, forte sentimento de culpa, relacionamento social distante, falta de apetite e concentração, medo, insegurança, sentimento de fracasso, acham que a vida não tem sentido, rebeldia e acentuada tendência ao suicídio.



Fonte: Diário do Povo, 25/05/1998.

Conforme Castro Neto (2002), os sintomas da depressão infantil podem ser vistos - e com freqüência o são - como comportamentos razoavelmente “normais”. É necessário salientar, ainda, que a recusa em freqüentar a escola, por exemplo, pode ser um sinal de depressão na criança, e os pais e professores muitas vezes não o reconhecem. No entanto, o desempenho escolar insatisfatório é, também, sintomático, embora uma criança possa sair-se maravilhosamente bem na escola e, ainda assim, apresentar um “quadro de depressão”.

ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA EM SALA DE AULA

Em crianças há uma tendência de ocorrerem vários problemas emocionais ao mesmo tempo. De modo geral, de 40% a 70% das crianças e adolescentes com depressão sofrem de outros problemas emocionais diagnosticáveis. Entre 20% e 50% experimentam dois ou mais distúrbios além da depressão (Jeffrey, 2003).
A identificação e o diagnóstico visam detectar as características do potencial de aprendizagem da criança. Não em uma dimensão convencional, tautológica ou estática, pelo contrário, a finalidade da identificação e do diagnóstico é refletir o inventário das aquisições e capacidades adaptáveis, a flexibilidade e a plasticidade das competências de cada criança (Fonseca, 1995).
No passado, quando uma criança passava por momentos difíceis, depressão, a pessoa que costumava auxiliá-la não era um profissional treinado na orientação infantil. Hoje em dia, muitos profissionais poderão ajudá-la. No caso de depressão infantil, a identificação e o diagnóstico, facilitarão a adoção de programas reabilitativos e educacionais, objetivando a alteração do comportamento da criança, auxiliando-a no retorno a sua vida normal. Também auxiliarão nas constantes interações entre o observador e o observado, no caso professor aluno.
A situação de observação deve ser considerada um verdadeiro processo dinâmico de aprendizagem e de interação, fornecendo ao observado o máximo de motivação e suporte e adequando a situação às suas necessidades específicas, evitando situações de insucesso ou de frustrações, o que poderia prejudicar ainda mais o seu estado depressivo.
A orientação individual com crianças deve ser um processo contínuo, de interações planejadas entre o psicopedagogo, professor e a criança que precisa de ajuda para resolver um problema em particular ou um conjunto de problemas. Assim, dessa forma o professor começa desenvolvendo uma relação forte com a criança e os pais (Jeffrey, 2003).
O Psicopedagogo em conjunto com o professor deverá formular objetivo, visando satisfazer as necessidades da criança depressiva, de uma forma planificada e não acidental. Na planificação das tarefas, o professor deverá considerar o perfil intra-individual da criança, de forma a proporcionar um esforço do seu eu.
Lembrando que, a criança depressiva precisa de uma ajuda especial para encontrar prazer na sala de aula é fundamental atenção as emoções envolvidas no processo de ensino-aprendizagem. Todavia, considera-se relevante, uma atuação psicopedagógica eficiente, articulada com outras áreas do saber, tendo em vista a reciprocidade de seus efeitos de forma a possibilitar uma recuperação da criança depressiva.
É necessário conhecer e estar sempre atento às pessoas ou atividades a que a criança se prende mais. Estas crianças têm necessidades de se sentirem envolvidas a qualquer coisa. Quanto mais tempo se mantiverem envolvidas com alguém ou alguma coisa, mais motivadas estarão e, não será tão fácil sintonizarem pensamentos característicos ao quadro depressivo.
Uma das características mais determinantes da criança depressiva conforme Fonseca (1995), é a baixa-estima. Sendo assim, como desenvolver sua auto-estima? Quando a criança tem êxito no que faz, começa a confiar em suas capacidades. E quanto mais acredita que pode fazer, mais consegue. Em sala de aula o professor deve estimular, aprovar, encorajar, alimentar, fazer com que a criança se sinta necessária, presente e ativa.
Sem auto-estima, dificilmente a criança enfrentará seus aspectos mais desfavoráveis e as eventuais manifestações externas, já a criança com auto-estima, mantém uma estreita relação com a motivação. A opinião que a criança tem de si mesma, diz Coll (1995), está intimamente relacionado com sua capacidade de aprendizagem, seu rendimento e seu comportamento.
O autoconceito se desenvolve desde muito cedo na relação da criança com os outros. Para ajudá-la a criar bons sentimentos é importante elogiá-la e incentivá-la quando procura fazer alguma coisa, fazendo-a perceber que ela é importante, e que todos lhe querem bem e a respeitam.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pertinente ao assunto em tela, sabe-se que a incidência de depressão infantil tem aumentado consideravelmente. Estudos revelam que tem sido, cada vez mais cedo à concorrência de um episódio depressivo, ou seja, cada vez mais crianças menores apresentam sintomas de depressão. Os estudos mostram ainda que a criança que sofreu de depressão na infância, tem mais chances de apresentar futuras crises de depressão.
As crianças ficam deprimidas, tão freqüentemente e tão profundamente, quanto o adulto. Muitas vezes, os comportamentos da criança deprimida são confundidos e interpretados de maneira errônea pelos pais.
Corrobora-se com Cruvinel (2005) que às vezes, a criança passa a ser vista como agressiva, hiperativa, ou agitada, tímida, preguiçosa ou distraída. Outras vezes, os pais não dão a importância necessária para o problema da criança, alegando: “vai passar logo” ou “está querendo chamar a atenção”, contudo, é preciso levar a sério os sentimentos da criança, pois suas emoções são tão intensas quanto às emoções do adulto.
Além disso, esses transtornos podem afetar consideravelmente o futuro dessas crianças, também em âmbito escolar, familiar e social. Muitas das ocorrências de fracasso escolar em crianças, estão intimamente relacionadas à transtornos emocionais como a depressão. Cabem aos pais, professores, psicopedagogos observarem o comportamento das mesmas e perceber sua emoção através de alguns sinais que a própria criança apresenta, como a perda de peso, o isolamento, a irritação, entre outros.
É importante também ouvir a criança, vendo a situação sob a sua ótica e, em seguida, procurar ajudá-la a encontrar novas estratégias de resolução do problema, novas alternativas de se ver aquela mesma situação, tornando-a mais flexível cognitivamente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BALLONE, G. J. Médico psiquiatra, professor da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, SP: Disponível in: www.psiqueweb.med.br, 2003.
_____________ Dificuldades de aprendizagem ou dificuldades de escolares. Disponível in: http: //www.psiqwed.med.br/infantil/aprendiza.html, 2005.
BRITO, D. “Depre” não é depressão. Jornal Gazeta do Povo. Seção Saúde. 22/02/2002.
CÂNDIDA, T. O drama da depressão infantil. Disponível in: http://saude.terra.com.br/interna/0,OI124091-EI1507,00.html, 2005.
CASS, H. Erva de São João: o antidepressivo natural. Tradução: Renata Cordeiro. São Paulo: Madras, 1999.
CASTRO NETO, A. Crianças que sofrem caladas. Disponível in: http://.www.brasil-rotario.com.br/revista/materiais/rev946/e946 _p20.html, 2002.
COLL, C.; PALACIOS, J; MARCHESI, A. Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia evolutiva. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
CRUVINEL, M. Depressão Infantil. Disponível in: http://www.plenitudeonline.com.br, 2005.
DIÁRIO DO POVO. Depressão infantil. Publicado no Jornal Diário do Povo, 25/05/1998.
FONSECA, V. Educação especial. Programa de estimulação precoce, uma introdução às idéias de Feuerstein. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
GASPARINI, S. R. Depressão, gênero feminino. São Paulo: Ática, 2000.
GRÜSPUN, H. Crianças e adolescentes com transtornos psicológicos e do desenvolvimento. São Paulo: Atheneu, 1999.
JEFFREY, A. M. Depressão infantil. São Paulo: M. Book do Brasil, 2003.
LEITE, E. P. Depressão infantil. Publicado em 19 de fevereiro de 2002. Disponível in: http://www.psicopedagogia.com.br/opiniao/opiniao.asp?entrID=43.
MALAGRIS, L. E. & CASTRO, M. A. Distúrbios emocionais e elevações de stress em crianças. InCrianças Estressadas. Causas, sintomas e soluções. MARILDA, E. Novaes Lipp (org.). Campinas, SP: Papirus, 2000.
MARCELO, Márcia. Depressão. Disponível in: http://www.marcelomarcia.na-web.net/depressaoCorpo.html, 2005.
MELEIRO, C. J. Depressão humana. Disponível in: www.medic.com.br, 2000.
Roberto Giancaterino*
Prof. Dr. Roberto Giancaterino, PhD, nasceu em 1964, na cidade de Campinas, estado de São Paulo. Residente em São Bernardo do Campo - SP. É Pós-Doutorado em Educação; Doutor em Filosofia e Mestre em Ciências da Educação e Valores Humanos. Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional; Valores Humanos Transdisciplinares; Docência do Ensino Superior; Administração e Supervisão Educacional. Também é Bacharel e Licenciado em Filosofia, Física, Matemática e Pedagogia. Escritor, Pesquisador, Palestrante, Conferencista e Seminarista na Área Educacional. É autor de vários trabalhos científicos reconhecidos por acadêmicos, entre eles: O best-seller “Escola, Professor, Aluno - Os Participantes do Processo Educacional” editado pela editora Madras que já é sucesso mundial. Iniciou-se no magistério em 1984 na disciplina de Matemática, posteriormente, ao final da mesma década já lecionava também na disciplina de Física. Atualmente atua como professor universitário em cursos de pós-graduação em disciplinas pedagógicas, e, na rede pública estadual leciona Matemática e Física.

Fonte:http://meuartigo.brasilescola.com/educacao/depressao-infantil-estrategias-intervencao-psicopedagogica-.htm

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Dez coisas que todo aluno com autismo gostaria que a professora soubesse


1.Comportamento é comunicação
.

Todo comportamento acontece por uma razão. Ele conta para você, mesmo quando as minhas palavras não podem fazê-lo, como eu percebo o que está acontecendo ao meu redor. Comportamento negativo interfere no meu processo de aprendizagem. Entretanto, simplesmente interromper esses comportamentos não é suficiente; ensine-me a trocá-los por alternativas adequadas de modo que a aprendizagem real possa fluir. Comece por acreditar nisto: eu verdadeiramente quero aprender a interagir de forma apropriada. Nenhuma criança quer receber uma bronca por comportamento negativo. Esse comportamento geralmente quer dizer que eu estou atrapalhado com sistemas sensoriais desorganizados, não posso comunicar meus desejos ou necessidades ou não entendo o que se espera de mim. Olhe além do meu comportamento para encontrar a fonte da minha resistência. Anote o que aconteceu antes do comportamento: as pessoas envolvidas, hora do dia, ambiente. Um padrão emerge depois de um período de tempo.

2. Nunca presuma nada. 
Sem apoio de fatos uma suposição é apenas uma suposição. Posso não saber ou não entender as regras. Posso ter ouvido as instruções, mas não ter entendido. Talvez eu soubesse ontem, mas não consigo me lembrar hoje. Pergunte a si mesmo:
Você tem certeza que eu realmente sei como fazer o que você está me pedindo? Se de repente eu preciso correr para o banheiro cada vez que preciso fazer uma folha de matemática, talvez eu não saiba como fazer ou tema que meu esforço não seja o suficiente. Fique comigo durante repetições suficientes da tarefa até que eu me sinta competente. Eu posso precisar de mais prática para dominar as tarefas que outras crianças.
Você tem certeza que eu realmente conheço as regras? Eu entendo a razão para a regra (segurança, economia, saúde)? Estou quebrando a regra porque há uma causa? Talvez eu tenha pegado um pedaço do meu lanche antes da hora porque eu estava preocupado em terminar meu projeto de ciências, não tomei o café da manhã e agora estou morto de fome.

3. Procure primeiro por problemas sensoriais. 
Muitos de meus comportamentos de resistência vêm de desconforto sensorial. Um exemplo é luz fluorescente, que foi demonstrado muitas vezes ser um problema para crianças como eu. O som que ela produz é muito perturbador para minha audição supersensível e o piscar da luz pode distorcer minha percepção visual, fazendo com os objetos pareçam estar se movimentando. Uma luz incandescente ou as novas luzes econômicas na minha carteira vai reduzir o piscar Ou talvez eu precise sentar mais perto de você; não entendo o que você está dizendo porque há muitos sons “entre nós” – o cortador de grama lá fora, a Maria conversando com a Lurdes, cadeiras arrastadas, o som do apontador. Peça à terapeuta ocupacional da escola para dar algumas idéias sensoriais que sejam boas para todas as crianças, não só para mim.

4. Dê um intervalo para auto regulação antes que eu precise dele 
Um canto quieto com carpete, algumas almofadas livros e fones de ouvido me dão um lugar para me afastar quando preciso me reorganizar sem ser distante demais que eu não possa voltar para o fluxo de atividades da classe de forma tranqüila.

5. Diga o que você quer que eu faça de forma positiva ao invés de imperativa. 
“Você deixou uma bagunça na pia!” é apenas a afirmação de um fato para mim. “Não sou capaz de concluir que o que você realmente quer dizer é: por favor, lave a sua caneca de tinta e ponha as toalhas de papel no lixo”. Não me faça adivinhar ou ter de descobrir o que eu devo fazer.

6. Tenha uma expectativa razoável. 
Uma reunião de todas as crianças no ginásio de esportes e alguém falando sobre a venda de balas é desconfortável e sem significado para mim. Talvez fosse melhor eu ir ajudar a secretária a grampear o jornalzinho.

7. Ajude-me a fazer a transição entre atividades.
Leva um pouco mais de tempo para eu fazer o planejamento motor de ir de uma atividade para outra. Dê-me um aviso de que faltam cinco minutos, depois dois, antes de mudar de atividade – e inclua alguns minutos extras no final para compensar. Um relógio, com o mostrador simples ou um “timer” na minha carteira pode me dar uma dica visual sobre o tempo para a próxima mudança e me ajudar a lidar com o tempo mais independentemente.

8. Não torne pior uma situação ruim. 
Sei que embora você seja um adulto maduro às vezes você pode tomar decisões ruins no calor do momento. Eu realmente não tenho a intenção de ter uma crise, mostrar raiva ou atrapalhar a classe de qualquer outra forma. Você pode me ajudar a encerrar mais rapidamente não respondendo com um comportamento inflamatório. Conscientize-se de que estes comportamentos prolongam ao invés de resolver a crise:
- Aumentar o volume ou tom de voz. Eu escuto os gritos, mas não as palavras.
- Imitar ou caçoar de mim. Sarcasmo, insultos ou apelidos não me deixam sem graça e não mudam meu comportamento.
- Fazer acusações sem provas.
- Adotar uma medida diferente da dos outros.
- Comparar com um irmão ou outro aluno.
- Lembrar episódios prévios ou não relacionados.

- Colocar-me em uma categoria (“crianças como você são todas iguais)”.

9. Critique gentilmente seja honesta – você gosta de aceitar crítica construtiva? 
A maturidade e auto confiança de ser capaz de fazer isso pode estar muito distante das minhas habilidades atuais. Você não deveria me corrigir nunca? Lógico que sim. Mas faça-o gentilmente, de modo que eu realmente consiga ouvir você.
- Por favor! Nunca, nunca imponha correções ou disciplina quando estou bravo, frustrado, super- estimulado, ansioso, “ausente” ou de qualquer outra forma que me incapacite a interagir com você.
- Lembre-se que vou reagir mais à qualidade de sua voz do que às palavras. Vou ouvir a gritaria e o aborrecimento, mas não vou entender as palavras e consequentemente não conseguirei descobrir o que fiz de errado. Fale em tom baixo e abaixe-se para falar comigo, de modo que esteja falando comigo no mesmo nível.
- Ajude-me a entender o comportamento inadequado de forma que me apóie, me ajude a resolver o problema ao invés de punir ou me dar uma bronca. Ajude-me a descobrir os sentimentos que despertaram o comportamento. Posso dizer que estava bravo mas talvez estivesse com medo, frustrado, triste ou com ciúmes. Tente descobrir mais que a minha primeira resposta.
- Ajuda quando você está modelando comportamento adequado para responder à crítica.

10. Ofereça escolhas reais - e apenas escolhas reais. 
Não me ofereça uma escolha ou pergunte “você quer...?” a menos que esteja disposto a aceitar não como resposta. “Não” pode ser minha resposta honesta para “Você quer ler em voz alta agora? ou  você quer usar a tinta junto com o Pedro?” É difícil confiar em alguém quando as escolhas não são realmente escolhas.
Você aceita com naturalidade o número enorme de escolhas que faz diariamente. Constantemente escolhe uma opção sobre outras sabendo que ter escolhas e ser capaz de escolher lhe dão controle sobre sua vida e futuro. Para mim, escolhas são muito mais limitadas, e é por isso que pode ser difícil ter confiança em mim mesmo. Dar-me escolhas freqüentes me ajuda a me envolver mais ativamente na minha vida diária.
- Sempre que possível, ofereça uma escolha dentro do que tenho de fazer. Ao invés de dizer: “escreva seu nome e data no alto da página” diga: você gostaria de escrever primeiro o nome ou a data? Ou “qual você gostaria de escrever primeiro: letras ou números?”. A seguir diga: “você vê como o Paulo está escrevendo o nome no papel?”
- Dar escolhas me ajuda a aprender comportamento adequado, mas também preciso entender que há horas em que você não pode escolher. Quando isso acontecer, não ficarei tão frustrado se eu entender o por que: 
▫ ”não posso deixar você escolher nesta situação porque é perigoso. Você pode se machucar. 
▫ não posso dar essa escolha porque atrapalharia o Sérgio (teria um efeito negativo sobre outra criança). 
▫ eu lhe dou muitas escolhas mas desta vez tem de ser a escolha do adulto.
A última palavra: ACREDITE. 

Henry Ford disse: “quer você acredite que pode ou que não pode, geralmente você está certo”. Acredite que você pode fazer uma diferença para mim. É preciso acomodação e adaptação, mas autismo é um distúrbio não pré fixado. Não há limites superiores inerentes para aquisições. Posso sentir muito mais que posso comunicar e a coisa que mais posso perceber é se você acredita ou não que “eu posso”. Espere mais e você receberá mais. Incentive-me a ser tudo que posso ser, de modo que possa seguir o caminho muito depois de já ter saído de sua classe.


Traduzido de Ellen Notbohm por Heloiza Goodrich, TO

sábado, 1 de setembro de 2012

Ano Escolar Significa Desafios do sono para Crianças de Todas as Idades


Cinco perguntas para a criança dormir especialista Joseph A. Buckhalt, PhD

Repórteres / editores / produtores Atenção: O recurso a seguir foi produzido pela Associação Americana de Psicologia. Você pode imprimi-la novamente em sua totalidade ou em parte. Nós só solicitar que lhe crédito APA como a fonte. Temos também uma fotografia do Dr. Buckhalt para a reimpressão.
É voltar ao tempo da escola, o que significa dever de casa, após a escola e atividades, muitos pais esperam, rotinas de dormir mais regulares. As crianças que não dormem o suficiente têm um risco de um mau desempenho na escola, segundo a pesquisa. Psicólogos podem ajudar os pais, professores e crianças reconhecem a importância de uma noite de sono adequada e pode oferecer conselhos sobre como receber as crianças no horário de sono direita. 
Joseph A. Buckhalt, PhD
Joseph A. Buckhalt, PhD, é o Wayne T. Smith distinto professor de na Faculdade de Educação da Universidade de Auburn. Para as últimas três décadas, Buckhalt estudou os fatores que aumentam o risco de insucesso e poucas habilidades sociais em crianças em idade escolar. Um ex-diretor de escola de psicologia Buckhalt, tem focado seu trabalho mais recente sobre como o sono se relaciona com o desenvolvimento das crianças, desempenho escolar e saúde. Ele trabalha em estreita colaboração com o sua colega e esposa, Mona El-Sheikh, PhD, da Universidade de Auburn. A pesquisa foi suportada por concessões numerosas do Instituto Nacional de Saúde e Fundação Nacional de Ciência. 

APA pediu recentemente Buckhalt as seguintes questões sobre crianças e sono.
APA: A pesquisa mostrou que a falta de sono pode afetar o desempenho acadêmico em crianças e adolescentes. Como são crianças afetadas de forma diferente do que os adultos por falta de sono?
Dr. Buckhalt: As crianças geralmente precisam de mais sono do que os adultos, e são mais prejudicados de alguma forma por sono insuficiente. Nós descobrimos que o sono é fundamental não só em fazer-nos alerta e receptivo para aprender, mas também que ele ajuda a consolidar e preservar a memória de informações aprendidas durante o dia. Durante o sono, as áreas do cérebro que adquirem e controlar informações (por exemplo, o córtex pré-frontal) continuam a se comunicar com as áreas que ajudam a reter e organizar as informações (por exemplo, o hipocampo). Todos os dias, as crianças estão aprendendo informações relativamente mais novo e construção de habilidades cognitivas mais do que os adultos, por isso a perda de sono tem um impacto mais negativo para as crianças. Cada 90 minutos ou assim, o ciclo de nós através de quatro estágios do sono baseado nas características medidas fisiológicas. Pesquisas recentes apontam para a importância de uma dessas fases, o sono de ondas lentas, para a aprendizagem e memória. As crianças têm o sono de ondas relativamente mais lento do que os adultos, e este é pensado para se referir a mais precisa para o cérebro das crianças para processar a informação durante o sono.
Sono também está relacionado com vários processos diferentes da aprendizagem e da memória, incluindo a regulação da emoção, o desenvolvimento físico e no funcionamento do sistema imunitário.
APA: Como é voltar para a escola no outono afetar os padrões de sono das crianças? O que os pais podem fazer para ajudar a tornar a adaptação mais fácil?
Dr. Buckhalt: Quando as férias escolares se dá no verão, as crianças costumam adotar um calendário menos rigoroso e seus tempos de vigília são muitas vezes muito mais tarde, resultando em mais tempo de sono. Transições de volta para a escola colocam alguns desafios às segundas-feiras, mas pode ser especialmente difícil no início de um novo ano escolar.
Os pais podem ajudar a facilitar a transição de sono / vigília restabelecendo um cronograma gradualmente. Para a semana antes do início da escola, adaptando-se hora de dormir e tempos de vigília. 10-15 minutos por dia pode ser benéfico. Além disso, no dia-a-dia, consistência deve ser um objetivo durante este período. Crianças do ensino fundamental - anos finais e ensino médio podem ter mais dificuldade em se adaptar ao novo horário, uma vez que a evidência mostra que o início da puberdade está associado com o que é tecnicamente chamado de atraso de fase, o que significa que eles têm mais dificuldade em adormecer à noite e se tornar totalmente desperto na parte da manhã. Uma mudança que pode ajudar é evitar assistir televisão, jogar jogos de vídeo e usando computadores ou telefones inteligentes ou menos uma hora antes de deitar. O cérebro depende de luz para definir o ritmo circadiano, e investigação sugere que o tempo de tela à noite diz ao cérebro que ainda é dia, retardando o aparecimento natural de melatonina secreção que ocorre no final do dia e é crucial para a queda dormindo. Abrindo as cortinas quarto ou cortinas de manhã uma hora antes do horário de despertar necessário também pode ajudar uma criança a acordar mais cedo.
Assim como as crianças muitas vezes têm um check-up físico anual de vacinação e atualização antes da escola, os pais podem realizar uma avaliação de saúde informa dol sono com seus filhos.
O sono é prejudicado por diversos fatores, alguns relacionados com o ambiente físico, e alguns para o contexto psicossocial.Os fatores físicos deletérios para dormir incluem o ruído em casa e vizinhança, pouca ventilação, aquecimento e refrigeração inadequada, e as camas e roupas de cama pobres. Entre os fatores psicossociais são conflitos familiares, compartilhando camas e quartos com outros membros da família e / ou animais de estimação, famílias caóticas, ansiedade e estresse, comer tarde da noite, horários de sono inconsistentes e, como mencionei antes, por meios eletrônicos.
APA: centros de trabalho sobre o que as escolas podem fazer para ajudar as crianças que são afetadas pela falta de sono, especialmente as crianças que estão tendo dificuldades em casa. O que podem os professores e outros educadores fazer se eles acreditam que seus alunos estão insatisfeitos devido à falta de sono?
Dr. Buckhalt: Assim como aprendemos décadas atrás, que as crianças com fome não são receptivos a instrução, nem os filhos sonolentos. Sinais de sonolência em crianças em idade escolar não são difíceis de observar se lembrar de olhar para eles. Crianças sonolentas são muitas vezes apáticas, desatentas, lentas para responder e incapazes de executarem ao seu pico academicamente. Elas também são tipicamente mais irritáveis e menos complacentes com as instruções do professor. Para as crianças que cronicamente apresentam esses sintomas, especialmente depois de terem tido uma semana para se adaptar ao início da escola, os professores devem suspeitar que seu sono é deficiente em quantidade e / ou qualidade. Falando diretamente com a criança sobre os hábitos do sono é um primeiro passo, mas alguns fatores que prejudicam o sono suficiente pode estar fora do controle da criança, e os pais podem precisar se envolverem. Uma pequena porcentagem de crianças podem ter um distúrbio do sono clínico e encaminhamento para um pediatra seria uma boa idéia. O diagnóstico de uma desordem do sono clínico em laboratório de sono pediátrico podem ser necessários e especialistas do sono pode prescrever a gestão do comportamento, aparelhos de sono (por apneia do sono), ou produtos farmacêuticos, de acordo com a condição diagnosticada.
Muitos comportamentos associados com dificuldades de aprendizagem e problemas de comportamento são comuns em crianças com sono insuficiente. Os distúrbios do sono estão presentes de maneira desproporcional em crianças com deficiência intelectual, autismo, déficit de atenção e hiperatividade, depressão, ansiedade e transtorno de conduta. Antes que uma criança seja diagnosticada com alguma destas condições, os problemas de sono devem ser avaliados e descartados como causa primária. Para as crianças que já têm tais diagnósticos e recebem serviços de educação especial, os professores devem se familiarizar com as intervenções para melhorar o sono que pode melhorar a capacidade da criança de aprender e tornar-se emocionalmente mais ajustadas.
Chamado anteriormente de teste de alto risco (ou seja, testes de desempenho padronizados), as escolas costumam enviar lembretes para os pais para seu filho dormir uma boa noite e comer um bom pequeno-jantar. Esta é uma boa política, mas é provável de eficácia modesta e variável. Todos os testes, não apenas de high-stakes testes, são idealmente dados quando a criança tem dormido bem, teve uma nutrição adequada e é livre de interferência ansiedade ou outro problema emocional.
APA: Um número de distritos escolares têm se confrontado com a possibilidade de iniciar as aulas mais tarde, quando as crianças chegam à escola alta. É este um conceito que é apoiado por sua pesquisa? Será que todos os alunos têm melhor desempenho se todas as escolas começaram mais tarde?
Dr. Buckhalt: O horário escolar de início que se refere ao sono da criança e desempenho escolar tem sido uma área de investigação repleta de controvérsias. As crianças mais velhas precisam dormir muito mais do que a evidência mostra que estão dormindo, ainda que na maioria das vezes têm os tempos de início mais cedo da escola. O sistema que temos é tradicional e bem enraizado. Pais e educadores estão relutantes em mudar o sistema por várias razões. Eles argumentam que a maioria das crianças simplesmente ficam até mais tarde, no entanto, a pesquisa pouco  sugere que este não é o caso.
A melhor prova de que dormir mais iria melhorar o desempenho escolar das crianças seria alcançado pela pesquisa utilizando modelos experimentais, no entanto, a pesquisa empírica é escassa. Por exemplo, dois distritos escolares podem ser combinados para uma série de características (por exemplo, tamanho, localização, nível socioeconômico) e distribuídos aleatoriamente ou para manter o mesmo horário ou tempo de movimento de início mais cedo da escola por 30 a 60 minutos.No entanto, esses estudos são extremamente difíceis de realizar por razões práticas e técnicas (por exemplo, os professores não seria "cego" ao tempo da sua escola de início). Dito isto, a evidência está acumulando que os horários de início mais tarde da escola são benéficas nas comunidades onde foram adotadas. Escolas foram colocadas na posição de competir uns com os outros para atingir metas de realização, e eu suspeito que se as escolas que se movem os horários de início são vistos como tendo melhores resultados, uma tendência que desenvolver para emular esse sucesso.
Métodos de ensino e de mudança política, mas isso geralmente ocorre muito lentamente. Assim como o mundo dos negócios tem vindo a ver algumas vantagens para flexionar tempo e permitindo que os funcionários a fazer alguma parte do seu trabalho em casa, as escolas podem, eventualmente, adotar algumas políticas semelhantes. Crianças e adultos variam nos momentos do dia eles são perfeitamente alerta e pronto para aprender e esse sistema daria mais autonomia para os alunos e fazer o tempo de início escola menos importante. 

APA: Quais são alguns dos fatores mais importantes responsáveis ​​por crianças é não ir para a cama cedo o suficiente para dormir o suficiente?
Dr. Buckhalt: vivemos cada vez mais em um mundo que está "aberto para negócios" (e entretenimento) dia e noite. A pesquisa mostra que, na maioria dos países, as pessoas dormem menos agora do que pessoas em décadas anteriores principalmente porque ficam acordadas até mais tarde. Descontando falhas de energia, as luzes podem ficar na noite, centenas de canais de televisão estão disponíveis, nunca fecha a Internet e os celulares dão a oportunidade de falar e de texto a qualquer momento. As crianças que têm TV em seus quartos ficam expostos para ter hábitos de sono mais pobres. Usar a mídia durante toda a noite (por exemplo, atender e responder a chamadas e textos) pode ser um fator significativo no atraso e perturbando o sono.
Escola e comunidade esportiva também dispõe de atividades à noite. Enquanto uma geração atrás, seria extremamente raro que as crianças tivessem treinos e jogos à noite, muitas crianças, atualmente, são regularmente expostas a treinos esportivos bem nos momentos que deveriam ser iniciados rotinas de ninar. O sono não é visto como uma prioridade elevada entre todas as outras atividades que desejam seguir. Meu sentimento é que as escolas e outras organizações se esforçassem em suspenderem atividades noturnas extracurriculares para as crianças, mas isto seria tão difícil quanto as tentativas de convencer as escolas a atrasar os horários de início.
Finalmente, a pesquisa indica que as crianças em situação de pobreza vivem em condições inadequadas para a realização de sono ideal. Os fatores associados são muitos, alguns relacionados a recursos materiais, incluindo a habitação adequada (por exemplo, tamanho da casa, número de quartos, a qualidade do sistema de climatização), e alguns relacionados a fatores psicossociais, como a violência em casa e na comunidade. Um número surpreendentemente elevado de crianças americanas vivem na pobreza, e da atual recessão acelerou a taxa de pobreza da família. Filhos de pobreza sofrem muitas desvantagens, e considerável evidência sugere que a falta de sono é um deles. Além disso, a falta de sono está relacionado às suas maiores taxas de desempenho escolar e comportamento disfuncional na escola. 
Dr. Buckhalt pode ser alcançado por e-mail ou em (334) 844-2875.
A Associação Americana de Psicologia, em Washington, DC, é a maior organização científica e profissional que representa a psicologia nos Estados Unidos e é a maior associação do mundo de psicólogos. Membros da APA inclui mais de 137.000 pesquisadores, educadores, médicos, consultores e estudantes. Por meio de suas divisões em 54 subáreas da psicologia e filiações com 60 estaduais, territoriais e associações provinciais canadenses, a APA trabalha para promover a criação, comunicação e aplicação do conhecimento psicológico para beneficiar a sociedade e melhorar a vida das pessoas.