sábado, 27 de agosto de 2011

HOJE, DESAPRENDENDO O QUE TINHA APRENDIDO, ATÉ ONTEM

“Hoje desaprendendo o que tinha aprendido até ontem e
que amanhã recomeçarei a aprender.
Todos os dias desfaleço e desfaço-me em cinza efêmera:
todos os dias reconstruo minhas edificações, em sonhos,
eternas.
Esta frágil escola que somos, levanto-a com paciência dos
alicerces às torres, sabendo que é trabalho sem termo.
E do alto avisto os que folgam e assaltam, donos de riso e
pedras.
Cada um de nós tem sua verdade, pela qual deve morrer.
De um lugar que não se alcança, e que é, no entanto,
claro, minha verdade, sem troca, sem eqüivalência nem
desengano permanece constante, obrigatória, livre:
Enquanto aprendo, desaprendo e torno a reaprender”.

Cecília Meireles (1979, p. 141)

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