Situações como birra, mau humor, desobediência
são comportamentos comuns em crianças de várias idades, mas há situações em que
a desobediência ganha um patamar de severidade. A criança passa a apresentar
dificuldades e autocontrolar-se, forte temperamento e dificuldade no controle
das emoções, demonstrando-se além de teimosa, muito resistente a qualquer tipo
de ordem. Ou seja, parece testar continuamente os limites colocados pelos pais
ou cuidadores a todo o momento. Esses são sintomas que podem estar associados
ao Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD).
As características mais
recorrentes estão associadas a perda frequente de paciência, discussões com
adultos, recusa em obedecer regras, estado de perturbação e severa implicância
com as pessoas, com tendência a responsabiliza-las pelos erros e comportamento
inadequado. O estado de aborrecimento apresentado por crianças que são
portadoras do TOD são extremos: como raiva, agressividade, irritabilidade,
ressentimento, rancor e ideias de vinganças.
Dados estatísticos revelam que 2% a 16% das crianças em idade
escolar apresentam o TDO. O transtorno ainda é duas vezes mais frequente entre
meninos, e os sintomas iniciais ocorrem entre os seis e oito anos de idade. A
gravidade dos sintomas podem ser de leve, moderado à severo.
Há
evidências de influências hormonais, genéticas e neurofuncionais. No entanto, a
dinâmica familiar pode reforçar um padrão de comportamento inadequado, ou seja,
há influencia de fatores genéticos e ambientais.
Na hora de procurar ajuda, o psiquiatra, o neuropediatra ou o
neuropsicólogo especializados em tratamento infanto-juvenil podem ajudar no
diagnóstico clínico. Contudo, cabe destacar que é comum o TDO ser confundido
com o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
Com o diagnóstico e tratamento adequado o prognóstico é de a
criança deixará de apresentar os sintomas nos anos seguintes, desde que haja
acompanhamento psicoterapêutico. Crianças que não possuem este tipo de
acompanhamento, tendem a demosntrar evolução dos sintomas, podendo evoluir para
o Transtorno de Conduta. Quando o TOD não é tratado, estumos apontam que 75%
dos casos podem evoluir para o Transtorno de Conduta.
A
participação dos pais é de extrema importância no tratamento da criança com
TDO.
Também é importante ser um
modelo pacífico e positivo para a criança, evitando agressividade e violência.
A família é um grande modelo de aprendizagem para a criança.
Sempre que possível, fortaleça
a autoestima de seu filho, evitando dizer coisas como: “você não faz nada
certo” ou “você é o pior da escola”. Vale também estimular a prática de
esportes, que ensina conceitos básicos de respeito, ética, moral, hierarquia,
companheirismo, organização, liderança, cooperação, competição, regras,
limites, além do desenvolvimento de habilidades motoras e sociais. Por fim,
mantenha um canal de comunicação aberto com a escola para monitorar
comportamento do estudante quando ele estiver fora de casa.
DICA DE LEITURA:
“O Reizinho da Casa — Manual para Pais de
Crianças Opositivas, Desafiadoras e Desobedientes”
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